Saturday, February 24, 2007

Seguraças de nome David e aventuras e desventuras por causa de um tubo de escape

Há dias na vida de uma pessoa que mais parecem filmes do David Lynch ou do Tim Burton de tão bizarros que se põem. Quinta-feira foi um desses dias. Tudo começou quando me levantei, e deparei que no quarto em frente havia um novo inquilino sem que ninguem me tivesse dito nada. Passados alguns dias essa nova personagem ainda permanece um mistério para mim. Antes de entrar ao serviço, queria levantar dinheiro, mas, azar dos azares, o multibanco não estava a funcionar, por motivos de manutenção. O dia no hotel, foi em tudo semelhante a uma avalanche, só que em vez de ser de neve, era de pessoas. A juntar ao facto de ser um dia especialmente trabalhoso, a minha companheira de turno adoeceu misteriosamente,sendo que, no dia anterior, gozava de uma tremenda saude, deixando sobre as minhas costas o pesado fardo de arcar com a avalanche. Cerca das onzes horas da noite, o novo segurança chegou para têr formação com o que lá está agora. Chama-se David, o mesmo nome do outro, que este vinha substituir, levando-me a pensar que deve haver uma qualquer correlação entre este nome e o tipo de profissão que exercem.
Saturado até á ponta dos cabelos com a carga maldita de trabalho que sobrou para mim nesse dia, peguei no carro, confortado com a ideia de que iria a Portugal passar quatro dias de descanso. Mas não foi bem assim. Mal transponho a saida do parque subterrâneo do hotel, um barulho do metal a arrastar sobre o solo, fez-me parar o carro. O tubo de escape tinha-se soltado da chapa e arrastava-se agora alegremente sobre o solo, enquanto eu abanava incrédulo a cabeça. Voltei ao hotel para pedir auxilio, visto que a mecânica de automóveis aliada á irritação suprema que me acossava todos os poros do meu corpo, me impediam de têr um discernimento que se possa dizer minimo para a resolução de tão insólito imbróglio. O que me valeu, foi o meu camarada Ricardo possuir uma dose grande de desenrascanço e sangue frio. Com dois cordeis de plástico e uma lanterna, segurou-me o tubo de escape á chapa e pude ir desmoêr toda a minha frustração até Sanchinarro. Dormitei três horas, ansioso para resolver o problema do tubo de escape. Cerca das nove e um quarto da manhã dirigi-me ao Corte Inglês mais próximo, só que deparei-me com um cenário que não queria encontrar. Tudo estava fechado. Andei ás voltas mais uns minutos até o malfadado templo consumista abrir. Ai dirigi-me á oficina, onde um individuo com umas luvas de latex e demasiado limpo para ser mecânico, me disse que ali nada podiam fazer, que me enfiasse dentro de Madrid e procurasse algo. E ai fui eu. Chegado á Plaza Castilla, vislumbrei a luz. Uma casa especializada em tubo de escapes. Milagre, milagre, pensei eu. Estacionei o veiculo e pus o mecânico a para da situação. Ele torceu o nariz e disse-me que nada podia fazer e que nunca tinha visto nada assim. Devo dizer a meu favor, que encaixei mais aquele revés com bastante elegância. Resignado, dirigi-me a casa a pensar numa fuga de toda aquela embrulhada. Estacionei o carro, abri a mala e verifiquei que havia um cordel. Tomei a arriscada decisão da fuga para a frente, ou seja, ir assim até Portugal e se o escape me caisse pelo caminho ataria-o outra vez com o cordel. Sorte, condução cuidadosa, ou outra coisa qualquer, o que é verdade é que o escape lá se aguentou quinhentos quilómetros atado com dois cordeis de plástico....

2 Comments:

Blogger Laurentina said...

Eh eh eh eh eh eh , adorei o relato ...
Não há duvida que é um relato de peripécias tipicamente "tuguesas"!!!
beijão grande

7:59 AM

 
Blogger Laurentina said...

Então não se escreve nada?!
Isso é falta de tempo ou preguiça?!
Gosto de ler as tuas histórias .
Bom fim de semana
Beijão grande

3:53 AM

 

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